Notas sobre o suicídio
Gostaria de opinar, aqui, sobre essa retrógrada questão da não divulgação de suicídios por nós, jornalistas. Considero varrer a sujeira para baixo do tapete, ignorar a possibilidade de salvar vidas.
Desde a faculdade, sempre aprendi que não se deve divulgar notícia a respeito de suicídio, a não ser que atinja alguém conhecido, influente – como no caso do reitor da UFSC, Luís Carlos Cancellier, nesta semana. E sempre discordei, apesar de respeitar nosso código de ética. Sei que é um assunto delicado, e que divide opiniões. A não divulgação, o ignorar dos fatos relacionados ao suicídio, se dá por conta de pesquisas feitas em “mil novecentos e antigamente”, de que existiria o efeito dominó, em que quando se divulga algo assim, encoraja outros a cometerem tal ato.
Em minha sincera opinião, não acredito nisso. Acho, sim, que não podemos ensinar aos que possuem essa tendência, aos depressivos profundos, de que forma cometer o suicídio. Muito menos, detalhes sórdidos desnecessários. Só que eu penso que o debate precisa ser reaberto.
Não podemos mais fingir que isso não está acontecendo diante dos nossos olhos, inclusive aqui na nossa região. Me revolta e incomoda o fato de saber que isso acontece todos os dias e ter que, simplesmente, fingir que nada ocorreu.
Vamos debater. A proposta está feita, quem quiser, que junte-se a mim!
Centro de Valorização da Vida (CVV) de Criciúma, fone: 34390222