Coluna do Fim de Semana
E se der Amin e Moreira...
Nos solavancos da política Santa Catarina pode ser levado a reprisar uma velha disputa. Não se pode descartar, muito pelo contrário, de MDB e PP se digladiarem nas urnas em outubro. O governador Eduardo Moreira é pré-candidato e seu maior adversário, hoje deputado federal, Esperidião Amin, não pode ser considerado carta fora do baralho. Este último só espera a montaria se ajustar para dar o pulo. A sucessão de fatos tem ajudado. Esta vai ser a eleição da ficha limpa e tanto Amin como Moreira, apesar de serem os mais longevos na vida política catarinense, estão imunes e bem cotados. De nada adianta estar bem nas pesquisas e sujeito à reprovação daquele aplicativo lançado pelo site “reclame aqui” que levanta, a partir da foto, a ficha processual do candidato. Por outro lado, de nada adianta ficha limpa, mas atolado nas pesquisas.
Freada
Nenhum outro candidato a governador em Santa Catarina largou com o jogo eleitoral a seu favor quanto o senador Paulo Bauer (PSDB). No raciocínio lógico ele largava na frente. Mas tem contra si a denuncia de que teria recebido R$ 11,5 milhões na última campanha eleitoral. Ate provar a sua inocência pode ter passado a eleição.
Contamina
Respinga na candidatura de Paulo Bauer a denúncia contra o colega senador Dalírio Beber, que agora soma duas suspeitas. Outro tucano que vem chegando pelo atalho é o ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, que também apareceu nas suspeitas de e beneficiados da Odebrecht.
É carnevale
O mais vocacionado município para o turismo no Sul do Estado dá a largada para a Festa da gastronomia com o evento denominado Carnevale di Venezia, uma festa de gala com enorme representação política. È mais ou menos “obrigatório” ao político de relações estreitas com a cidade estar no baile de máscara. Sempre que tem o comando da festa é o prefeito da cidade. Rogério Frigo é o da vez com um item a mais: foi na gestão dele que o evento nasceu.
Mais SC
Ao reunir as chamadas “forças produtivas” para comentar os prejuízos acumulados com a greve dos caminhoneiros, nesta sexta-feira, o governador Eduardo Moreira lançou uma campanha que será deflagrada no dia 8 de junho e que visa reforçar o bairrismo. Ele pretende que os catarinenses adquiriam produtos oriundos do Estado.
Outro lado
Sobre o impacto que a greve dos caminhoneiros teve na economia catarinense o governador falou em prejuízo de 135 milhões de queda na arrecadação.
Advogados
A advocacia acumula prejuízo enorme nos escalões de comarca. Primeiro foi a advocacia na Justiça Eleitoral, que depois de atingir o ápice no início da década, mergulhou em crise e reclamam menos os que atuam da segunda instância para cima. Na área trabalhista a reforma da legislação foi um duro golpe nos advogados. Havemos de lembrar ainda a greve do judiciário em 2015. Parece que a safra é dos advogados que atuam em processos de liquidação empresarial.
Marketing
Desde a década passada até o início da atual, os tempos de eleição eram a certeza de safra gorda. Teve agência que sofreu verdadeira transformação com bons resultados das campanhas eleitorais. Nesta área o tempo de vacas magras também chegou. Nem a migração à mídia das redes sociais manteve vivas algumas agências. Desta vez a classe mais atingida pelas mudanças da engrenagem de campanhas eleitorais deve ser a dos cabos eleitorais.
Afastando-se aos poucos...
Ficou no ar a suspeita de que o governador Eduardo Moreira deve começar a distanciar-se do presidente Michel Temmer. Ambos do mesmo partido, o MDB, já estiveram bem mais distantes um o outro, diferente do que aparentou desde que Moreira assumiu o governo. A questão é que para buscar alguns recursos federais Moreira teve que ficar ao lado de Temmer mais vezes do que recomenda a prudência de quem quer disputar a reeleição. Temmer é figura queimada até então e após a greve dos caminhoneiros passou a ser figura “torrada”. Trata-se de uma aproximação que vale a pena ser observada daqui por diante.
NO ATO Cena que chamou atenção na reunião do governador com líderes de vários segmento empresariais foi quando o presidente da Fecomércio, Bruno Breithaupf apelou por algum gesto do Estado com redução na alíquota do ICMS. Apelou sob o argumento de que as vendas diminuíram muito. Foi quando Eduardo Moreira respondeu: “ora, se vocês faturaram menos vão pagar menos”.
EMBATE Lembrando que Eduardo Moreira e Bruno Breithaupf andaram em trincheiras opostas na recente discussão da Medida Provisória 220. O dirigente empresarial é tido como do tipo de Gelson Merísio.
MASCARADO Um dos principais personagens do noticiário catarinense no momento, o coordenador estadual da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, confirmou presença em Nova Veneza, no baile de máscaras na noite deste sábado.
NA MIRA O dono do Grupo Havan, empresário Luciano Hang, será intimado a depor sobre o apoio à greve dos caminhoneiros. É o que pede a procuradoria geral da república. Ele é centenas de outros apontados como apoiadores da greve.
NO TUBO O PT, atingido em cheio com a prisão do ex-presidente Lula, aproveita o momento do país para surfar no tubo da onda “Fora Temmer”. Este grito bate na parece e volta com o eco do “Lula lá”.
COGITADO Segundo a colunista de política do jornal gaúcho Zero Hora o presidente Michel Temmer teria admitido a possibilidade de renunciar. Teria sido na terça-feira no auge da greve dos caminhoneiros.
FRASE DO DIA
“O melhor trabalho de gestão da crise no Brasil foi feito aqui em Santa Catarina. Eu acompanhei tudo muito atento”.
Darlan Airton Dias, Procurador Chefe do Ministério Público Federal em reunião com a equipe de gestão da crise, nesta sexta-feira, na capital.