Coluna de Terça-feira
Tríplice se parte em três
Na primeira eleição após a morte de Luiz Henrique da Silveira (2018) implode a construção que ele fez para sua reeleição há 12 anos (2006). O atual presidente do PSDB, deputado Marcos Vieira invoca o protagonismo tucano naquela época e hoje. Ontem, na festa de comemoração dos 30 anos do partido, ele lembrou que foi o PSDB que em 2006 garantiu a tríplice aliança (PMDB, PSBB e DEM), que ao isolar o PP construiu a máquina imbatível nas urnas e que teoricamente governa até o final deste ano. Pelo menos garantiu a eleição da chapa atual em 2014. Vieira diz que, se lá o PSDB foi decisivo para “bi-polarizar” a disputa em Santa Catarina, agora o mesmo PSDB é quem “tri-polariza”. Com isso diz que é o seu partido quem é peso decisivo na politica catarinense.
Tríplice disputa
Se valerem as teorias mais prováveis ouvidas dos principais líderes dos partidos que compuseram a tríplice aliança lá atrás, de novo o PP será coadjuvante. A tese é que PMDB terá o seu candidato, o PSDB o seu e o PSD já tem a garantia dada em pré-convenção pelo PP para apoiar Gelson Merísio.
Força de Amin
Internamente nos partidos, inclusive no PP, as forças são para isolar Esperidião Amin, não o PP. O que se mostra e que Amin está de novo reassumindo o comando da sigla. Já ocorreu isso em 2012, quando ele reverteu tudo nos minutos derradeiros da convenção. A diferença é que desta vez ele começa mais cedo a liderar o processo. Nem por isso Amin tem candidatura assegurada. As articulações de trincheiras são as mesmas: isolar Amin.
Cobrança silenciosa
O que o eleitor não fica sabendo é o tamanho da cobrança que outros partidos, que temem enfrentar Esperidião Amin, fazem sobre os progressistas, sobretudo o grupo que desde os tempos em que eram motivados por Luiz Henrique da Silveira, tentam desbancar o ex-governador progressista.
Nas entrelinhas I
Quando Gelson Merísio (PSD) fala em tom enfático, como fez sábado em várias entrevistas em Criciúma, que João Paulo Kleinubing e tão candidato quanto ele e Amin é para não polarizar a disputa com Amin. Citando um terceiro não precisou reconhecer - ali no evento do PP - o nome de Esperidião Amin como o mais forte.
Experiências
Tem sido noticiado que o PDT vai reavaliar sua posição de estar na chapa com o PSD caso o candidato a governador não seja Gelson Merísio. Há duas observações sobre isso. A primeira é que essa posição não é só do PDT. A outra é que enquanto o PDT for liderado por Manoel Dias, não voltará a coligar com o PP. Isso tem a ver com a eleição de 2010, quando Dias foi cândida a vice-governador de Ângela Amin.
Datas
A data mais importante do calendário eleitoral, daqui por diante, é do dia 20 de julho ao dia 5 de agosto. Neste período os partidos devem realizar as suas convenções. Isso significa que essa indefinição sobre as candidaturas ainda vai perdurar por 40 dias.
Conversa
O pré-candidato a deputado federal pelo PSB, Fábio Brezolla comenta conversa que teve com o prefeito Clésio Salvaro (PSDB), quinta-feira, enquanto aguardava evento na ACIC. Ele descreveu ao prefeito cenário que mira também 2020, ou seja, lembrou que em 2016 fez boa votação para prefeito. Assim, se for eleito deputado federal Brezola sai da disputa à prefeitura de 2020. Seria um adversário forte a menos para Salvaro enfrentar em 2020.
BASTIDORES
O silêncio lageano
Chama atenção em meio aos movimentos políticos a ausência do ex-governador Raimundo Colombo. Ele que até recentemente comandou o governo e o PSD, não aparece mais nas articulações. No dia do evento de Meríso fez um discurso “passando as rédeas ao deputado”. Sua acomodação com estas articulações já lhe custou caro. Primeiro perdeu o comando do PSD, depois passou a “apanhar” do aliado MDB. Agora a dúvida é se com o excesso de candidatos não corre o risco de perder uma considerada eleição praticamente certa para o Senado. E olha que se essa chapa ficar grande demais ele corre o risco de perder o direito até de disputar vaga na majoritária. A condição de ser o primeiro voto para o Senado ele já não tem mais.
CAMISA 11 Pelo visto a judicialização volta forte às eleições. Os questionamentos sobre a propaganda antecipada, ou seja, as tais condutas vedadas a que se refere a lei eleitoral, são muitas. A mais recente é a camisa número 11 da seleção brasileira que Esperidião Amin usou no evento do partido sábado.
ONDA CERTA Prova de que a política é capaz de submergir num ano e emergir o mesmo personagem em outro é o que está acontecendo com Márcio Búrigo. O ex-prefeito de Criciúma saiu em baixa da prefeitura, mas hoje é o líder do reaquecimento do PP. Ele surfa na onda Amin.
NERO No fim de semana um incêndio destruiu uma estrutura utilizada pela cooperativa de catadores de Criciúma. O vereador Zairo Casagrande disse na tribuna da Câmara, ontem, que “o espírito de Nero anda solto em Criciúma”. Ele citou casos como do Hospital Materno Infantil Santa Catarina, o Colégio Lapagesse, a prefeitura e o Centro Cultural Jorge Zanatta.
EXONERAÇÕES O governador Eduardo Moreira tem pouco mais de uma semana para pensar sobre novos enxugamentos. Ele só pode remover, transferir ou exonerar servidores até o próximo da 7 de julho.
SE ESSA RUA... O prefeito Clésio Salvaro está preses a comprar uma nova briga. O projeto da rua Osvaldo Pinto da Veiga foi feito com asfalto em um trecho e manutenção do calçamento em outro em virtude de uma processo de tombamento da via. Mandou asfaltar os trechos de calçamento.
HOMENAGEM A UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que será inaugurada sexta-feira será uma homenagem ao médico Antônio Althoff. Lei neste sentido foi aprovada ontem na Câmara de Vereadores.
DISCURSO Tem políticos brincando com a inteligência do eleitor. Entre as muitas brincadeiras estão discursos de líderes de partidos que estavam governo até ontem e hoje garantem que não fazem parte do que eles classificam de governo que “acabou” com o Estado. Há vários outros exemplos que são verdadeira aberração. Tende piedade.
FRASE DO DIA
“O Amin é o velho que se renovou...”
Trecho da fala de Márcio Búrigo em defesa da candidatura de Esperidião Amin a governador.