Coluna de Quinta-feira
Boi é para a invernada
Invernada para o gaúcho é um local onde se confina o gado para a engorda. Como bom lageano - e lageano tem sangue gaúcho - o ex-governador Raimundo Colombo revelou, ontem, em longa entrevista sobre o momento da política, que ele não é adepto da tese de que “de se dar um boi para não entrar na briga, mas se necessário uma boiada para não sair dela”. Colombo tem outra tese: a de que boi é para formar capital. Quer dizer, ele não vai dar sequer a ponta do rabo de um só boi para entrar em qualquer conflito. Por seu estilo, parece disposto pagar o preço necessário para não entrar em qualquer rota de colisão. Por isso não vai dar soco na mesa para redefinir qualquer possível caminho errado que o seu partido possa estar tomando. Nem que lhe custe uma eleição para o Senado, mas para o confronto ele não vai. Essa mesma regra vale para sua relação com o governador Eduardo Moreira. Se há algum ressentimento, este fica guardado.
NA AGENDA
Raimundo Colombo permaneceu dois dias em Criciúma, com tempo suficiente para fazer agenda do PSD, terça-feira à noite na casa do deputado estadual Ricardo Guidi. Ontem antes de seguir para Cocal do Sul, Lauro Müller e depois subir a serra, encontrou-se com o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro.
COMBINAÇÃO
Apesar de desconversar as provocações sobre a sua relação com Eduardo Moreira e o MDB, Raimundo Colombo não esconde que hoje trabalha com um plano que não tinha: disputar a eleição sem contar com a ausência do apoio do MDB. Ele não tem como fugir à leitura de que passou o tempo todo planejando ser candidato ao Senado com o apoio emedebista e que jamais imaginou o cenário que enfrenta.
SOB RISCO
Quando estava no governo Raimundo Colombo preparou a saída por cima e tinha uma das duas vagas catarinenses ao Senado quase selada com o seu nome. As circunstâncias, entretanto, o lançam a um jogo arriscado. Emergiu na sua sigla a liderança do deputado Gelson Merísio que elegeu como seu adversário o MDB, justo o maior aliado de Colombo. Associado a isso a denúncia não confirmada de caixa dois “enternou o caldo”. A fórmula saiu da medida.
SÁBADO “D”
Neste sábado acontece no mesmo “pavilhão” – Assembleia Legislativa – em diferentes ambientes dez convenções partidárias. É o PSD e outras nove siglas, todas da composição construída por Gelson Merísio. A coincidência de data, hora e local demonstram que o “castelo merisiano“ segue de pé, apesar dos ventos e ondas fortes.
PREVISÍVEL
Já passa a fazer parte do previsível que a maioria destes partidos deve dar “control-C, control-V” na decisão do PSD e que esta é a de retardar para o último dia do prazo, 5 d agosto, as definições sobre composições. Não foi precipitada, mas não tem inserção na lógica atual antecipar estas convenções. A tendência é que todos os partidos devem decidir que não vão decidir, ainda.
ENVIEZOU O DEBATE
O prefeito Helio Cesa Alemão lançou a ideia de retomar o debate sobre o resgate do nome da cidade dado pelos imigrantes. Foi domingo durante solenidade religiosa em alusão à colonização italiana no hoje município de Siderópolis. A proposta é boa, mas veio com a sugestão de que deve se manter Siderópolis acrescentando a original Belluno ou Nova Belluno. A emenda é que não que não pegou. Assunto deve ser sepultado logo.
BASTIDORES
TRE cassa Daniel Freitas
A decisão do Tribunal Regional Eleitoral, que decidiu pela cassação do mandato do vereador Daniel Freitas, de Criciúma, por infidelidade partidária, não surpreende. O caso é de enquadramento típico. Só poderia ter sido evitado se ele tivesse negociado melhor com o Partido Progressista, sigla pela qual elegeu-se vereador com 3.423 votos. Como ele trocou de partido, indo para o PSL (de Jair Blsonaro), pelo qual vai concorrer a deputado federal, incorreu na infidelidade e a Justiça mandou devolver ao PP a cadeira na Câmara. Quem assume é o suplente Edson Luiz do Nascimento, Paiol, que fez menos da metade dos votos de Daniel.
TÁ FORA O atual suplente de deputado estadual do MDB, Manoel Mota, anunciou ontem que após sete mandatos seguidos e 34 anos de vida pública, pela primeira vez não vai disputar nenhum cargo. Sua desistência abre campo para outros candidatos a deputado, especialmente Ada De Lucca e Luiz Fernando Cardoso Vampiro, ambos da mesma sigla de Mota.
APAE Emocionante solenidade da Câmara de Vereadores de Criciúma marcou ontem a comemoração dos 50 anos da APAE Criciúma. A instituição tem uma série de atividades previstas para os próximos dias. Hoje é uma das mais bem organizadas entidades assistenciais. Sua história é maravilhosa. O trabalho da mesma foram.
SESSÃO Apenas sete dos 17 vereadores compareceram sessão solene de homenagem as 50 anos da APAE, ontem à noite. Giovana Zanette, Zairo Casagrande, Camila do Nascimento, Miri Dagostin, Júlio Kainski, Júlio Colombo e Salésio Lima
CAFÉ O prefeito de Criciúma, Clesio Salvaro, voltou a convidar a imprensa para um café com troca de ideias. Será hoje às 15h. Bom ou ruim, esta prática é uma das que diferencia o seu primeiro mandato do atual.
FRASE DO DIA
“Confesso que a crise econômica enfrentada pelo país e algumas medidas que a gente teve que tomar contribuiu, mas o que me machucou muito foi a denúncia, que agora se viu não tinha nada de verdade. Agora não adianta, o estrago já foi provocado. Resta erguer a cabeça e se manter na luta .”
Raimundo Colombo, comentando os fatores que desarrumaram o seu projeto inicial de candidatura ao Senado.