Coluna de Segunda-feira
ELEIÇÃO PODE SE DECIDIR AGORA
A superconvenção formada por 11 partidos, realizada sábado na Assembleia Legislativa, na capital, foi o que Gelson Merísio conseguiu, para manter evidente sua força. Sem o PP, ele não conseguiu fechar a coligação, ainda. Se por isso a convenção frustrou seus planos, ele não deixou de evidenciar que mantém quase todos os partidos que buscou. E faltou o PP porque quem decide no partido é Esperidião Amin, que foi à convenção do PSD para dar o recado de que tem mais gente para estar nesta aliança. Assim como em 2014, Amin de novo dita as regras. Como há quatro anos, Merísio tenta fazer a costura ao seu jeito. Merísio acha que dá para jogar sem o PSDB. Amin quer o PSDB, porque acha que se ele for para o lado do MDB torna o jogo mais difícil. Se prevalecer a lógica ideológica, a velha Arena isola o MDB. Se prevalecerem os interesses pessoais será difícil interromper novo governo do MDB.
BALA DE PRATA
O PSDB tem o poder de decidir a eleição de governador no primeiro turno. Se ficar apenas com a vaga de governador, abrindo mão de vice e duas de senador, sentencia o MDB de morte. Este gesto viabiliza uma chapa com Paulo Bauer (PSDB) governador, Gelson Merísio (PSD) ou João Paulo Kleinubing (DEM) de vice e os “azes” Esperidião Amin (PP) e Raimundo Colombo (PSD) ao Senado.
TUCANATO
No PSDB existem razões que vão desde o medo de abalo à imagem de chapa em virtude de um processo contra Paulo Bauer a interesses mais mercadológicos do que ideológicos. O partido tucano tem setores influentes mais interessados na sobrevida pessoal do que na possibilidade de interromper 16 anos de reinado do MDB. Estes líderes são “a cunha” que o MDB pode usar para afastar o risco de ter contra si uma superaliança de PSDB, PP, PSD e DEM.
TRÍPLICE
Figura na lista de possibilidade a construção de uma chapa que isole o PSD de Gelson Merísio e os seus. Seria a composição do PP com o PSDB e o DEM. Neste caso Amin iria para governador e o PSDB ficaria com duas vagas: senado e vice-governador com João Paulo Kleinubing (DEM) para o Senado.
EMUDECEDOR
Na convenção do PSD foi Esperidião Amin quem foi ouvido com maior atenção. Quando ele falou a plateia fez silêncio absoluto. Era dele a palavra que poderia dizer se a escolha feita ali, de Gelson Merísio candidato a governador, teria ou não o aval do PP. A fala rica em retórica disse bastante, mas não o que o PSD queria ouvir. Amin falou que os esforços para estar com o PSD seguem, mas que as conversas podem atrair PSDB e DEM e que ainda há prazo para decidir.
O TOM DO DISCURSO
Já homologado candidato a governador, sábado na convenção do PSD, Gelson Merísio abriu o discurso da campanha. Atirou no alvo: o MDB. Disse que em poucos meses de governo o MDB já atrasou salário. Referiu-se ao fato de Eduardo Moreira não pagar metade do 13º salário como era programado, mas que enquanto isso atendeu com este dinheiro só prefeituras do MDB. Logo depois elogiou Raimundo Colombo que teria preferido manter os compromissos do Estado em detrimento do atendimento de interesses dos prefeitos do PSD a quem pediu compreensão por isso.
PRESIDENCIÁVEL Um dia após ser homologado candidato a presidente da república Ciro Gomes esteve em Florianópolis, sábado, para prestigiar a convenção estadual do PDT.
ARRANCADA O deputado federal Mauro Mariani (MDB) escolheu Içara, no Sul do Estado, para dar a arrancada à sua pré-campanha a governador. Fez isso sábado ao lado do governador Eduardo Moreira e do prefeito Murialdo Gastaldon que tentou emplacar o discurso de que o Sul não poderia abrir mão da candidatura de Moreira, porque o Sul perderia com isso.
ATA ABERTA Todos os 10 partido que também realizaram convenção sábado no ambiente da Assembleia Legislativa, decidiram apoiar a candidatura de Gelson Merísio a governador. Como o PSD, estes partidos também deixaram a ata aberta com possibilidade de mudanças. Quer dizer, nada ficou decidido.
PROPORCIONAIS A chamada “ata aberta” vale para os ajustes sobre as candidaturas a deputado, as chamadas “proporcionais”. Mais um reforço de que os partidos decidiram pela metade. Nada icou totalmente definido.
FRASE DO DIA
“Quem entende de atraso de salários é o PMDB. Em 1998 entregaram o governo com quatro folhas atrasadas. Agora, no mês que o Estado tem o melhor resultado de arrecadação se anuncia o primeiro atraso de salário. Não puderam antecipar o13º salário, mas assinaram mais de R$ 200 milhões de convênios com prefeituras do PMDB.”
Gelson Merísio, no primeiro discurso após ser homologado candidato a governador pelo PSD.