A Bolsonada de Merísio
A BOLSONADA DE MERÍSIO
Não é fácil entender o jogo feito por Gelson Merísio, que ontem anunciou voto em Jair Bolsonaro. Não adianta dizer que apenas declarou voto e falou em nome pessoal, não da coligação. Não será entendido assim jamais. Ele sabia disso como qualquer um sabe. Aparentemente usou no primeiro turno o cartucho que poderia ser opção no segundo, optasse ou não, antes ou depois, pelo mesmo, o seu adversário Mauro Mariani. Merísio só pode ter tomado esta decisão porque tem segurança sobre o tipo de migração que terão os votos do PT no segundo turno. Se não for isso, não tem porque fazer o que fez. Ora, ele não pode estar pensando que ao anunciar voto em Bolsonaro ganharia no primeiro turno. E não precisava fazer isso porque no segundo turno ele já está.
OPORTUNISMO
A turma da traição costuma estar num barco e de olho no outro. Esta pode ser a oportunidade que alguns aliados de primeiro turno estavam esperando para bandear-se de lado no segundo. Gente que disputa com dinheiro de um e vive, depois, com o dos outros.
NA MESMA
Não é coincidência o fato de Gelson Merísio ter anunciado voto em Jair Bolsonaro alguns dias após o seu grande aliado Luciano Bulligon ter comprado briga nacional a fazê-lo. E mais, ainda ontem o deputado João Rodrigues, outro líder do Oeste fez o mesmo. Bulligon deve ter experimentado o gostinho do apoio ao fazer o gesto, o que pode ter contribuído com a decisão dos seus conterrâneos.
NAPOLEÃO ERROU
Sob a ótica externa, e óbvio sem conhecer detalhes de uma decisão como esta, considero que o maior erro foi cometido antes mesmo de Gelson Merísio. Foi quando Napoleao Bernardes (PSDB), do partido do presidenciável Geraldo Alkmin, declarou voto em Jair Bolsonaro. Largou a toalha cedo demais, a ponto inclusive de penalidade.
PISOU CERTO
As coisas se ajustaram fáceis para o candidato Mauro Mariani (MDB) que veio pela sombra dos que se apressaram e declarou que no primeiro turno chama o Meirelles. Fidelidade não compromete.
VICES OUVEM
Quarta-feira foi Napoleão Bernardes (PSDB), vice de Mauro Mariani (MDB), ontem foi a vez de João Paulo Kleinubing (DEM), vice de Gelson Merísio (PSD), a comparecer na Associação Empresarial de Criciúma para receber as chamadas demandas do Sul. Na minha “cruzada contra o esquecimento do Sul”, sem desmerecer os “vices” acho que os candidatos a governador poderiam ter vindo em agenda igual ou mais ampla. Agora a “choradinha”: a agenda no Norte e Vale do Itajaí e apertada.
DO SUL
Se olharmos na agenda dos candidatos da majoritária nenhum outro esteve tantas vezes no Sul quanto João Paulo Kleinubing, cuja família da esposa é de Criciúma. Quarta-feira à noite ele participou de jantar de amigos. Digo isso para insistir na tecla de que o Sul precisa se preocupar com a ausência nas chapas majoritárias. JPK pode ser considerado um “meio filho” do sul.
CHORADEIRA
A insistência “choradeira” da ausência de representante do sul não é culpa de outros senão das lideranças do sul. A região sucumbiu a outras lideranças e não soube trabalhar a oportunidade que teve. Quando aliados de Eduardo Moreira criaram a proposta de uma candidatura apoiada por toda a região ela foi rejeitada e mal trabalhada. Esse erro deve custar caro.
MANCHETE NO PAÇO E OUTRA
O prefeito Clésio Salvaro chama holofotes da mídia e do setor produtivo para outro assunto que não a campanha eleitoral. Hoje às 15h ele fará o anúncio de um programa de refinanciamento de dívidas dos contribuintes. Na mesma ocasião vai sancionar o novo Código Tributário do município que lhe dá entrada para alimentar a ideia do incentivo ao empreendedorismo.
TRANSMISSÃO Hoje às 11h acontece a solenidade de transmissão do cargo de comando do 9º Batalhão de Polícia Militar de Criciúma. O tenente coronel Evandro Fraga transmitirá o cargo ao também tenente coronel Cristian Dimitri Andrade.
DESPEDIDA Foi quase uma dezena de atos ou confraternizações de despedida feitas por setores de Criciúma ao oficial Evandro Fraga. Constitui-se numa das figuras mais queridas pela sociedade em todos os tempos da unidade militar. Figura humilde, avesso aos holofotes e companheiro da tropa deixa uma imagem muito boa na cidade.
BIOMETRIA A imprensa nacional, inclusive a de gabinetes oficiais do Supremo Tribunal Federal escreveram nem que a corte só em Santa Catarina cerca de 125 mil eleitores não votarão “porque não fizeram a biometria”. A manchete causou confusão.
CORREÇÃO A manchete correta é: “não votarão os eleitores que tiveram título cancelado”. É que os títulos cancelados são de eleitores que não compareceram ao recadastramento solicitado pela Justiça Eleitoral em algumas cidades do Brasil, entre as quais Turvo e Ermo no extremo-sul do Estado.
CAUSA A confusão se deu porque nas cidades onde a Justiça Eleitoral fez o recadastramento eleitoral aproveitou para implantar integralmente a biometria. Logo, quem não fez o recadastramento não fez a biometria e teve o título suspenso, por isso não votará.
FRASE DO DIA
“Eu Gelson Merísio voto Bolsonaro. Neste momento não podemos nos omitir. Cada um de nós terá que se posicionar de forma muito clara. Ou olhemos para trás ou damos uma chance à mudança. Por isso por uma questão de coerência com o que deseja Santa Catarina voto Bolsonaro”.
Gelson Merísio, candidato ao governo do Estado em declaração que agitou a política.