RENOVAÇÃO E ESPERANÇA
Nada demove o eleitor que resgatou o patriotismo e carregado de esperança foi contundente na direção da mudança. Estratégia nenhuma alteraria o resultado desta eleição. Isso vale para a eleição nacional como estadual. Havia apenas uma certeza: aquilo ou aqueles que o eleitor não queria. Pouco importa quem ele quer. Parece-me simples assim o extrato das urnas. Chega ser assustador ao nosso histórico sindical a resposta de oito em cada dez criciumenses. Mas a maioria das cidades da região teve percentual ainda maior.
URUSSANGA
Na região da Amrec, a cidade de Urussanga foi a que teve o maior percentual de votos a favor de Jair Bolsonaro (86,78 por cento) e (77,31 por cento) para o governador Comandante Moisés. Perto dela Morro da Fumaça.
RINCÃO
O único percentual abaixo de 70 por cento para governador foi o Balneário Rincão (69,93 por cento) enquanto para presidente da república os 74,9 por cento de Jair Bolsonaro também é o mais baixo entre todos. Nem cabe a expressão “baixa” para votação encostada em 80 por cento. Lê-se que reside ai um percentual do eleitoral de Décio Góes (PT).
NUNCA ANTES
O Estado de Santa Catarina não tem histórico de votação tão expressiva para um governador que atinja 71,09 por cento dos votos para o Comandante Moisés e 75,92 por cento para presidente da república (Jair Bolsonaro). Nosso histórico é de equilíbrio de votos. Os analistas que ainda se atrevem a ler o resultado da urna arriscam de que esta diferença só teria sido melhor se o PSDB tivesse bancado Napoleão Bernardes.
NOVO NA PRÁTICA
O Comandante Moisés chegou ao segundo turno das eleições para surpresa do eleitor em geral, inclusive o dele. Coerente ao discurso do distanciamento da “velha política” ele teve uma atitude surpreendente para os prefeitos catarinenses, por exemplo. Rompendo a tradição ele não ligou para nenhum para pedir o apoio, o que é prática comum.
BARBAS DE MOLHO
Não há um só político que não esteja preocupado com o desenrolar da eleição municipal de 2020. A duvida é sobre a extensão da onda. E os que pensam entrar na onda estão preocupados para não entrarem nela de maneira atravessada e levar o que os surfistas chamam de “caldão”. Fosse para apostar apostaria que o perfil “novo gestor de fato” é o que surfará melhor.
DEMOCRACIA
Não há nada mais bonito em uma nação do que a celebração à democracia, especialmente quando esta comemoração vem do voto direito. Neste domingo Criciúma voltou a festejar, como de resto o país, a vitória dos candidatos do PSL, tanto para governador com para presidente da república.
MOISES, O MAR É SEU
Olhado sob a desconfiança da incerteza o governo do Comandante Moisés provoca enorme inquietação. É real que Santa Catarina elegeu um governador cuja capacidade de gestão pública fora no máximo testada a frente de uma unidade de Corpo de Bombeiros. Ele conhece menos de dez por cento dos municípios catarinenses e nem na campanha percorreu muito mais do que isso a ponto de sequer ter sido identificado na fila de votação no primeiro turno da eleição. Sem que isso seja demérito à opção do eleitorado, mas o novo governador chega ao ardiloso terreno da política sem nunca ter sido testado em qualquer ensaio das muitas versões que ele vai ter que administrar. Por estas variantes que insisto na tese de que a sua promessa de governador sem alianças com políticos experientes é uma tarefa impraticável. A primeira aliança terá que ser feita com o novo presidente da Assembleia Legislativa, que me parece muito óbvio seja o deputado estadual sulcatarinense Júlio Garcia.
SENTENÇA DURA A derrota de Gelson Merísio pode ter ido ainda mais dura que a de Mauro Mariani. Enquanto o segundo foi alijado do processo sem o embate direto com o desconhecido, Merísio ficou para testar frente a frente a sua capacidade eleitoral, baixando a sua votação proporcional (quer dizer, perdendo votos de eleitores do primeiro turno, provavelmente).
JÚLIO GANHOU Havia nos bastidores do PSD uma guerra declarada entre o atual deputado estadual Gelson Merísio e o futuro deputado estadual Júlio Garcia (PSD). Contam os bastidores que havia uma jura de “morte política” entre ambos.
NO PODER É previsível que em caso de confirmação da sua eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Júlio Garcia seja a grande liderança política de Santa Catarina nos próximos anos. O governador vai precisar muito dele. A relação entre ambos sugere será muito boa, inclusive, aproximados pela boa relação que ambos têm com o MDB.
ELA É LÍDER O nome de Gelson Merísio na Assembleia Legislativa passa a ser agora da deputada estadual Marlene Fengler (PSD). Ela foi a chefe de gabinete do parlamentar nos anos de presidência da Assembleia Legislativa e tem perfil forte. É através dela que a ala Merísio se sustentará no parlamento.
DO SUL Visto a partir do Sul, a região que entrou na eleição reclamando – inclusive aqui – da ausência de representação passa a ter o comando dos dois poderes mais influentes na vida do cidadão, se Júlio Garcia, que tem base eleitoral em Criciúma, ganhar a presidência do Legislativo, pois o Comandante Moisés tem domicílio eleitoral em Tubarão.
CARREATA A comemoração pela vitória de Jair Bolsonaro e do Comandante Moisés foi organizada pelo cirurgião dentista Júlio Lopes e pelo seu filho eleito deputado estadual Jessé Lopes (direita). Começou no Parque das Nações e ganhou as ruas da cidade.
FRASE DO DIA
“Nós fizemos isso para mudar, mas se não ficar bom nós mudamos de novo”.
Júlio Lopes, coordenador da eleição do PSL na região sul do Estado.