GOVERNADOR COMEÇA A MUDAR O SEU JEITO
O governador Carlos Moises da Silva começou a soltar “o freio”. Tem falado mais, inclusive com a imprensa, e começa a abrir um sorriso para os deputados. Simbolicamente é o que se observou ontem na visita que ele fez à Assembleia Legislativa. A relação do governador e o parlamento é a principal incógnita deste início de gestão. Logo após a sua eleição o oficial Bombeiro manteve o olhar no horizonte e em nenhum momento permitiu qualquer aproximação e muito menos aquelas conversas comuns em tempos de composição do governo. Se já não falou com os seus correligionários, muito menos o fez com aqueles que ele chama – e chamou ainda na véspera da posse da Assembleia – de velha política. Ontem, entretanto, ficou a percepção de que ele começou a entender que vai precisar dos “subalternos” nesta missão.
SEM PAPEL
Acentuando a disposição de tornar o trâmite do governo o mais tecnológico possível leu seu breve discurso em um tablet. Mas a mensagem do governo não ficou restrita aos poucos minutos de fala. Os deputados receberam por mecanismos eletrônicos uma mensagem com 82 laudas. Nela está expressa a mensagem completa do governo.
NO PROTOCOLO
Até ontem não havia acontecido qualquer conversa do governador com os deputados, muito menos com o presidente do Legislativo. Júlio Garcia tem dificuldades para disfarçar seu incômodo pelo fato de ter sido rotulado por Carlos Moises da Silva como “da velha política” em plena véspera de sua posse. A recepção ao governador foi protocolar.
FAZENDO POLÍTICA
Fato inédito, o governador recebeu os deputados do MDB na Casa Agronômica, ontem à noite, para uma conversa informal. O MDB primeiro porque esta é a maior bancada. Hoje será a vez do PSL, partido do governador.
NA MESA
Oitava na linha de sucessão da presidência da Câmara dos Deputados, a deputada federal Geovânia de Sá (PSDB) presidiu a sessão de ontem à tarde. Em meio a 513 deputados ficar na direção da casa já é um avanço, mesmo que seja como segunda suplente de secretário. Dirigir os trabalhos da sessão é outro fato considerado pelos 513 deputados.
CPI DA PONTE
A proposta originalmente feita pelo deputado Bruno Souza (PSB) e encampada pelo deputado Jessé Lopes (PSL), de instalar CPI para investigar possíveis desvios na restauração da Ponte Hercilio Luz colheu ontem a 14ª e última necessária assinatura. Agora o presidente da Assembleia analisa e depois remete ao plenário.
AEROPORTO
Prevista para hoje reunião com os donos de aeronaves que utilizam o aeroporto regional Diomício Freitas. O governo do Estado há tempos tem sentença técnica para retirar subsídios à manutenção do aeroporto hoje administrado pela RDL. No ano passado o então Secretário, Luiz Fernando Cardoso Vampiro, preocupado com a repercussão na sua eleição, teria “segurado a proposta no peito”.
SEM FOGUETE
A contar de ontem, em 60 dias entra em vigor a proibição de fogos de artifício com ruídos em Criciúma. A lei de autoria da vereadora Ângela Melo foi promulgada pelo presidente do Legislativo, ontem. O prefeito silenciou sobre a matéria repassando à Câmara a transformação em lei.
Feuser: “Pastor não mente”
Na primeira oportunidade após a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores, em que foi derrotado, o vereador Dailto Feuser (PSDB) fez um desabafo. Foi na tribuna da Câmara na sessão de ontem. Revelou que nos bastidores a informação era de um racha no chamado Grupo dos Nove que elegeu Júlio Colombo (PSB) no primeiro mandato e Miri Dagostin (PP) para a gestão deste ano. A informação dá conta de frequente reclamação do vereador Pastor Jair (PSC), de que o grupo não teria honrado com promessas que lhe haviam sido feitas e que por isso Feuser esperava contar com o voto de Jair para ganhar a eleição. Deu a entender que Jair lhe deu a esperança do voto. O outro voto que Feuser contava era o da vereadora Ângela Mello (MDB), que por estar sendo cassada pelo PP poderia não votar em Miri Dagostin, como votou.
É BURRA Outro trecho do discurso do vereador Dailto Feuser, ontem na Câmara de Vereadores de Criciúma, é que a economia feita nos últimos dois anos é o que chama de “economia burra”. Reclama que houve corte até no consumo de água, mas que foram mantidas oito vagas de indicados políticos.
MOEDA DE TROCA Feuser sugere que estes oito cargos foram usados como moeda de troca pelo Grupo dos Nove para garantir a vitória na eleição da Mesa Diretora. Revela que alguns vereadores têm dois assessores, mas que os amigos da Mesa tinham três indicações.
DESABAFO Derrotado na eleição da Mesa Diretora no ano passado, Dailto Feuser acrescentou na relação de equívocos administrativos – que ele chamou de economia burra – o fato de não ter sido destinado dinheiro à construção da nova sede do Legislativo.
NA LIMPEZA O vereador Júlio Kaminski (PSDB) anunciou que está inquerindo o governo a responder sobre os movimentos que ocorreram com a empresa de limpeza urbana. Por decisão da Justiça houve mudança da empresa no final do ano passado. A empresa atual custará R$ 6 milhões menos nos últimos dois anos do governo.
FERIDA Diz-se nos bastidores do ambiente político da capital que podem aparecer relações contratuais de fornecedores da saúde firmados no governo do MDB com pessoas ligadas a lideranças do governo atual (PSL). Resta saber se o tumor é benigno (sem ilegalidade ou imoralidade) ou maligno.
TEM DITO A relação de parentesco de fornecedores da saúda do estado com atuais dirigentes do PSL, se identificada e comprovada, deixará o governador em saia justa. Moises da Silva tem reiteradas vezes repetido o que a comissão de transição teria apurado, sobre aplicação de recursos da saúde.
MILAGRE O primeiro projeto apresentado na nova legislatura quer transformar a Bíblia em "Patrimônio Nacional, Cultural e Imaterial do Brasil e da Humanidade". O projeto 001/19 é de autoria do vereador PastoR Sargento Isidório (Avante-BA), que dá testemunho do que chama de cura gay a partir da leitura do livro sagrado.
FRASE DO DIA
“12 por cento bem administrados na saúde é melhor do que 15 ou 18 usados para fazer contratos com empresas amigas. Não é uma questão de percentual, mas de gestão”.
Carlos Moises da Silva, governador do Estado, justificando porque está brigando na Justiça para evitar que a alíquota da obrigatoriedade de investimento na Saúde aumente de 12 para 15 por cento.