NA LISTA DO MOISES
Em menos de dois meses o governo Carlos Moises da Silva deve enfrentar a segunda crise política. Logo no início das nomeações, carregadores de piano da eleição do PSL reagiram, o presidente e Secretário de Estado, Lucas Esmeraldino quase caiu. Na ocasião a situação foi contornada com um pedido de paciência dos filiados. Sob o argumento de que assim que o governo fosse ajustado e a casa arrumada amenizou com a expectativa de que alguns seriam chamados como na “velha política”. Nesta semana, porém, apareceu mais um “fio desencapado”. Trata-se da lista dos parentes dos militares do alto escalão da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros que foram acomodados no serviço público.
ORIGEM
Carlos Moisés da Silva foi eleito pela onda Bolsonaro, mas guinado ao cargo por articulação do PSL. Foi a militância quem sustentou a onda, replicando o número 17. Até ser governador ele era apenas um oficial bombeiro da reserva, que aposentado muito cedo ganha um polpudo salário. Isso explorado não atrapalhou porque o telhado dos que exploraram era fino demais. Mas no partido ele é visto como um sortudo.
FOI DITO
Foi dito antes, durante e após a eleição e posse que o governador vem de uma casta considerada privilegiada pelos governos até então. Os oficiais militares estão em cargos estratégicos, inclusive quando o governador não é da categoria. Agora que é, seus colegas de farda ou de “pijama de ouro” – como denunciou na campanha Gelson Merísio - tendem virar alvo da observação.
A LISTA
Como quem crava uma cunha no cerne opositores que conhecem como a palma da mão como se usa o instrumento “transparência” saíram à caça de rastros e encontraram uma parentada e tanto dos amigos mais próximos do governador. E não é apenas o caso dos filhos, filhas, esposas, esposos, cunhados e outros empregados em cargos de confiança. Tem até parentes dos amigos do governador fazendo uso de página oficial do governo para expor peças artísticas.
E NÓS...?
De novo o governador terá que responder aos seus soldados do partido porque eles não tiveram lugar na janelinha, ainda, se os amigos dos seus amigos têm. Me parece evidente que o governador acaba de entrar em uma nova crise partidária. Com ele vai explicar que isso é da nova, e não da velha política?
CONTRADITÓRIO
Aparentemente até agora o governador teve ignorada a sua capacidade de gestor de crises, inclusive na política. Duas verdades contraditórias. Primeiro porque quase que diariamente mais gente começa a acreditar que ele fará um bom governo. Na mesma ordem mais gente começa a enxergar no governador um hábil contemporizador. Foi assim quando ele ajudou a evitar a troca do presidente do partido. Conclusão: é certo que ele está cada dia mais vigiado.
NA EDUCAÇÃO
A gerente regional de Educação de Criciúma, Ronisi da Silva Guimarães teve audiência com o Secretário de Estado da Educação, Natalino Ugione. O encontro foi articulado pelo deputado federal Daniel Freitas. Na pauta apelo por ações emergenciais tanto na ordem de reparos como de material de expediente.
SINTONIA FINA
Já de volta à atividade o o prefeito de Morro da Fumaça, Noi Coral, fez agenda em conjunto com os vereadores, na quinta-feira. Durante toda a manhã, ele e mais cinco vereadores visitaram pelo menos oito obras em andamento na cidade. A iniciativa foi do presidente da Câmara, Tiago Minatto, acolhida de imediato pelo prefeito. Leitura é a da sintonia entre Executivo e Legislativo. Por siglas ele tem minoria na Câmara.
HISTÓRIA DO PATINHO FEIO
O vereador Júlio Kaminski, que até pouco tempo atrás era considerado um renegado. Convidado a se retirar do PSDB, sem ainda ter saído, pode ser alcançado com a mesma sorte que elegeu Daniel Freitas deputado. Quando ele saiu, imaginou-se que afundaria. Pelo contrário. Lançou-se num voo cego e aterrissou na Câmara dos Deputados. Kaminski sobrou no PSDB, de onde deve sair a qualquer momento e onde já é considerado fora. A questão é que a sigla pode enfrentar uma crise que faça muito tucano desejar o voo da troca. A política pode oferecer surpresas a cada movimento.
DESERTOU O caso Zairo Casagrande dentro do PSD deixou feridas irreparáveis. As conversas que ele teve com o vice-prefeito Ricardo Fabris, hoje principal interlocutor do partido com o líder deputado Júlio Garcia, foram de saltar farpas.
DISCIPLINA O caso do vereador Zairo Casagrande está relacionado à indisciplina. Enquanto o deputado Júlio Garcia estava fora, qualquer gesto de indisciplina era relevado. Sob a regência do líder a fidelidade precisa estar acima de tudo. A escola é simples: “é ou não PSD”. Zairo não é.
TUBARÃO Nesta semana a Associação Empresarial de Tubarão realizou reunião para amenizar e contornar a reação do setor à informação de mudança do Núcleo da Celesc. Primeiro o serviço foi anunciado para aquela cidade, mas logo voltou para Criciúma, devido a reação e mobilização.
ROTEIRO Os prefeitos da região conheceram nesta sexta-feira o projeto do roteiro dos Jesuítas, que tem na nossa região enorme riqueza cultural. A proposta é de um empresário que está há 40 anos no segmento e sente a ineficiência dos programas de governo nesta área.
TURISMO Neste sábado inaugura mais um restaurante instalado em ponto estratégico para atender a demanda do turismo que busca as belezas da encosta da serra. Na comunidade de Cirenaica no interior de Treviso, com vista para a montanha “dos dois dedos” e rodeado por cascatas ele entra no roteiro do município de Treviso.
O DISCURSO Foi motivo de muitos elogios o discurso do novo presidente da OAB Criciúma, Rafael Búrigo, quinta-feira à noite, na sua posse.
FRASE DO DIA
“O combate à corrupção é nossa bandeira, mas sempre respeitando o sagrado e indelével direito à ampla defesa e ao impositivo e devido processo legal.”
Rafael Búrgo, presidente da OAB, em seu discurso de posse.