MARINGÁ & CRICIÚMA, O RETROVISOR
Willi Backes traça paralelos entre as duas cidades em tempos de debate sobre o desenvolvimento
Por justas razões, de tempos em tempos, lideranças de entidades constituídas da cidade de Maringá, no Paraná, são convidadas para palestrar e debater em rodadas institucionais em Criciúma, Santa Catarina. Os temas debatidos giram em torno do desenvolvimento econômico e acompanhamento civil nas ações públicas.
Para assimilar os ensinamentos oriundos de Maringá, é preciso conhecer antes um pouco de sua trajetória histórica. A data de fundação da vila de Maringá é 10 de maio de 1947, em terras da Fazenda São Bonifácio, respeitando áreas planejadas e divididas pela Companhia de Melhoramentos do Norte do Paraná. A implantação previu a cada 100 km um início planejado de cidade: Maringá, Londrina, Cianorte e Umuarama, e entre elas, outras pequenas civilizações.
Em 14 de fevereiro de 1951, Maringá emancipou-se de Mandaguari. Hoje, Maringá tem aproximadamente 410 mil habitantes e a região metropolitana além de Maringá formada pelos municípios de Mandaguaçu, Paiçandu, Sarandi, Marialva e Mandaguari, apresenta algo como 780 mil residentes.
No princípio o norte do Paraná tinha a monocultura do plantio do café. Nos anos 50, a introdução estrangeira do cultivo do algodão propiciou acelerado crescimento. Com extinção quase total do cultivo do café por decisão governamental, despontaram a pecuária, o soja, o trigo, os frigoríficos, o comercio em geral, notadamente no sistema atacadista.
A cidade de Maringá se instalou e cresceu vertiginosamente, obedecendo rigorosamente o plano diretor do Companhia Colonizadora, independentemente do usuário da cadeira do Paço Municipal. O projeto original previsto para população futura de 200 mil habitantes, dividiu as áreas por zonas específicas. Zona para comércio e serviços, para estruturas atacadistas, hospitais e centros clínicos, educandários, indústrias, residenciais, desporto e clubes sociais, assim por diante.
As terras da fazenda foram riscadas por futuras muitas avenidas e ruas abastecedoras. Largos passeios e calçadas com plantio de árvores, uma espécie diferente para cada via. Foram mantidas e plantadas áreas verdes, propiciando as maravilhas com são o Parque Ingá, Parque do Cinquentenário, Parque dos Pioneiros e o Horto Florestal. Não foi uma simples conservação. Todas estas áreas dos parques, urbanizadas, são para o usufruto dos residentes e visitantes.
Nos anos 70 e 80, quando do grande salto econômico de Maringá, as consultas para instalação e ou ampliação empreendedora eram visuais. Bastava ir no gabinete do Prefeito que lá, em grande dimensão nas paredes estavam expostos os mapas, DE TODO O MUNICÍPIO, já orientando o que poderia ou não ser edificado. Nenhum tijolo poderia receber argamassa antes da instalação da infraestrutura obrigatória quanto a hidráulica, esgotamento, energia elétrica e passeios. E é assim até hoje, ainda com mais rigidez e respeito ao planejado.
Guardadas as proporções, nos anos 50/60 Araranguá também foi planejado o que fez justificar o slogan de “cidade das avenidas”.
O mesmo planejador de Araranguá, naqueles tempos, tentou esboçar em Criciúma plano diretor prevendo ruas, praças, rios, recuos e avenidas. Foi gloriosamente expurgado.
Em 1970, o Prefeito Nelson Alexandrino contratou com empresa gaúcha o primeiro Plano Diretor de Criciúma. Em 1971, prefeito Argemiro Manique Barreto criou a criciumense planejadora COUDECRI. O sucessor prefeito Altair Guidi criou a CODEPLA Companhia de Desenvolvimento e Planejamento de Criciúma, que por algum tempo cumpriu com suas funções bem pensadas. A virada do século não fez bem à Entidade.
Desvirtuada de suas funções constitucionais, a CODEPLA foi extinta em setembro de 2015.
A gestão pública nas Prefeituras nos tempos contemporâneos, está mais nas mãos e despachos do Ministério Público do que nas intenções e vontades dos Prefeitos.
Lá em Maringá, o município tem corpo e alma. Tem direcionamento, futuro previsto e planejado. Cidade com olho aberto, regado com colírio da eficiência pensada. Antevisão.
Em Criciúma, pouco se constrói no coletivo. É reforma aqui e acolá, remendo sobre remendo anterior. Como imaginar investir e animar uma cidade inexpugnável funcional? A gestão pública fica o tempo todo tentando esconder a vassoura da bruxa.
O ano 2050 é logo ali. Apenas daqui trinta anos. Até lá seremos mais de 320 mil residentes. Os 120 mil a mais serão alojados e desenvolverão atividades econômicas e culturais aonde e como?
Planejar e prospectar não é um enigma. Se fomos os causadores do entrave, seremos ou devemos saber desatar o nó da civilidade coletiva.
É o que penso.
Reportagem: Jornalismo / Rádio Eldorado
Mais notícias de Jornalismo
Mulheres produzem bolachas para atingidos pelas enchentes no RS
Voluntárias produziram mais de seis mil bolachas caseiras que serão destinadas ao estado gaúcho.
Coopercocal envia equipe de eletricistas para ajudar comunidades no RS
A iniciativa representa um esforço conjunto entre as cooperativas de Santa Catarina filiadas a FECOERUSC (Federação Catarinense das Cooperativas de Eletrificação Rural), que se uniram para oferecer suporte na restauração dessas estruturas vitais.
Chegada do frio pode trazer aumento na conta de energia; CasaPronta oferece soluções de economia
Feira acontece de 5 a 9 de junho, no Farol Shopping, em Tubarão.
Baile de Gala abre as festividades de aniversário em Nova Veneza
Evento será realizado no dia 1º de junho, no Palazzo Delle Acque.
Dia da enfermagem: profissionais são sinônimo de cuidado e atenção à saúde
Neste dia 12 de maio, o HSJosé celebra seus enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares e agradece a dedicação que faz a diferença na vida de cada um que passa pela instituição.