A FALTA QUE FAZ O BARULHO
Texto de Willi Backes
Chateia e até indigna quando certos arautos oficiais anunciam no final de cada ano fiscal - foi assim nas últimas temporadas - que o sul catarinense é a região mais “pobre” de Santa Catarina.
O IBGE, mesmo que com incompreensível atraso, divulga o PIB e renda per capita anualmente do Brasil, Estados, Regiões e Municípios. Santa Catarina disputa as principais colocações entre os membros da Federação, substancialmente com média superior ao desempenho nacional, nas duas questões.
O Sul Catarinense, considerando a renda per capita e familiar, tem desempenho superior à média nacional e mantém equilíbrio na comparação com a média do Estado de Santa Catarina.
O SUBSOLO EM CIO.
A história econômica e cultural do sul catarinense se fez e ainda se constrói, inicialmente e ora notadamente sob o auspício da indústria de extração mineral do carvão, e, terra para os revestimentos cerâmicos e peças estruturais para a construção.
O uso e usufruto do barro e terra é tão antiga quanto à humanidade. O carvão mineral e vegetal foi o principal insumo para a revolução industrial na virada do século XIX. Hoje, ocupa e se mantém como um dos insumos principais nas indústrias de transformação e geração de energia nos países mais desenvolvidos no mundo.
O sul catarinense mantém imenso estoque mineral, identificado, no subsolo em toda a região. A despreocupação ambiental condenada no passado, somada a histeria oficial e de agentes avulsos, sempre desproporcionais, estão impedindo para progresso visível e possível.
A SOMA DO QUE FAZEMOS.
A diversificação empreendedora do sul catarinense, a partir do aproveitamento da extração mineral, fez aparecer a geração de energia elétrica – principal insumo desenvolvimentista - as indústrias do vestuário, metalurgia, mecânica, química, plástica, construção, alimentos, turismo, agronegócio, pecuária, agricultura familiar, serviços em geral, educandários, centro médico referencial. Despontam no sul, centros comerciais, shoppings e avulsos. O sul catarinense é “dona” das principais redes supermercadistas de Santa Catarina, com significativa presença também no vizinho Paraná.
BOTAR O OVO E CANTAR.
É público e notório que na última década, o sul catarinense viu a gestão e propriedade de inúmeras empresas e conglomerados, mudarem de comando. Empresas e organizações que lideravam ações institucionais e promocionais em seu benefício, mas também, de toda coletividade, sumiram do marketing regional e estadual. Imagino até que a produção industrial e comercial sob as novas gestões, tenha até aumentada, pela ampliação e maior produtividade. Porém, a mudez e o silencio mercadológico, cria calos no espírito.
No popular é o tal de “botar o ovo e não cantar”. Quando a ave produtora está chocando o ovo, fica quieta, na muda.
Fazer “barulho” é e sempre foi de fundamental importância para animar o todo, provocar autoestima própria e da coletividade.
Reportagem: Jornalismo Eldorado
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