Algumas de política mais ao extremo Sul
Tá fora
O prefeito Arlindo Rocha anunciou na sexta-feira da semana passada que está fora do PSDB. O que parece ser uma desfiliação em consequência do voto da sua deputada federal Geovana de Sá (PSDB) à favor da reforma da previdência pode não ser a única razão. Arlindo partido tucano anda deslocado há tempos. O voto da parlamentar pode ter sido a gota d´água.
Perfil
Arlindo Rocha está prefeito de Maracajá e com sua base política no PSDB, mas sua profissão sempre foi a de advogado trabalhista e na sua atuação questões previdenciárias sempre pesaram muito. Com atuação em favor de sindicato laboral, sua performance é muito respeita pela classe patronal por sua postura ética e coerente. Isso, entretanto, não tira dele o perfil de um político identificado com movimentos minoritários, que aparentemente são afetados com a reforma da previdência.
O futuro
As especulações são de que o prefeito Arlindo Rocha migre para o PDT, Partido Democrático Trabalhista. Pelo menos os ensaios iniciais foram neste sentido. Se isso ocorrer podemos ter em breve uma linha divergente bem maior no partido, pois esta sigla tanto quanto o PSDB tem desalinhamento com sua questão ideológica.
Tem mais
Assim como Arlindo Rocha, que está deixando o PSDB outro prefeito da região extremo sul do Estado que deve mudar é de Praia Grande, Henrique Maciel. Sua saída também tem a ver com a deputada Geovana de Sá. Isso porque ela liberou verbas parlamentares para cidades de prefeitos de outros partidos e não o dele. O futuro de Mciel deve ser o PSL, partido do governador Carlos Moisés da Silva, que anda garimpando líderes oferecendo em troca verbas para os seus municípios.
Divergência na Serra
Quando na semana passada escrevi sobre a “liberação da discórdia” não imaginei que seria tão pontual assim. Dito e feito. A semana passada começou com protesto de usuários da Serra da Rocinha defronte o canteiro de obras da SETEP, responsável pela obra de pavimentação do trecho mais crítico da BR-285. À primeira vista parecia que o problema tinha se resolvido com uma reunião em Timbé do Sul em que técnicos do DNIT anunciaram dois horários de liberação. O primeiro nas segundas entre 5h e 7h e o segundo nas sextas-feiras das 17h às 19h. Trânsito liberado apenas para 50 manifestantes que justificaram a urgência e necessidade. Ocorre que a medida não agradou nem mesmo à prefeitura que anunciou, ainda na sexta-feira, que se aquele acordo é insuficiente e se forem só 50 os autorizados, ninguém sobe e ninguém desce a serra. Resta saber qual é o capítulo de hoje.
Divergência
O protesto na segunda-feira da semana passada foi organizado por um grupo especialmente de agricultores, que sobe ou desce a serra para trabalhar nas suas terras. Ocorre que outros setores se entendem tão afetados quanto, no tocante à proibição de tráfego.
Faltou respeito
O que causa estranheza para quem apenas assiste a polêmica é que o governo de Timbé do Sul não foi sequer ouvido a respeito. Fica parecendo que há um ingrediente político neste processo. A vice-prefeita, segundo reclamação oficial da prefeitura, teria sido proibida de participar da reunião. Encontro, aliás, inicialmente previsto para a sede da prefeitura, mas que aconteceu em outro local: a Câmara de Vereadores.
Riscos
O grande risco é que as obras que andam em ritmo apenas razoável comecem a sofrer prejuízos em consequência destas discussões paralelas. Há quem tema que toda esta confusão pode atrapalhar o ritmo já existente da obra. O esforço de fechar a serra totalmente foi considerado inicialmente como o maior gesto de confiança da população para que o governo garantisse velocidade à obra.
Plantão geral
Os integrantes do Comitê de Defesa da Competitividade da Economia Catarinense devem provocar um verdadeiro acampamento na Assembleia Legislativa nesta semana para continuar esclarecendo os deputados sobre os riscos econômicos se for aprovado o projeto de lei 174/2019 do Governo do Estado. Esta matéria implica o corte de incentivos fiscais de 28 segmentos.
Setores atingidos
Existem muitas dúvidas sobre o que efetivamente será alterado depois da série de reuniões promovidas pela Comissão de Finanças na última sexta-feira com o secretário da Fazenda, Paulo Eli, e dirigentes das distribuidoras e atacadistas, de frigoríficos de suínos, aves, carne bovina, laticínios e queijeiros, da cerâmica vermelha, de indústrias de água mineral, do Sindicafé, do Sinditrigo, da erva-mate, da indústria de informática e das indústrias Linhas Círculo e Fiação São Bento.
Começa hoje
A Comissão de Finanças vota hoje o parecer do presidente Marcos Vieira (PSDB) pela aprovação do projeto do Governo. Na quarta-feira a matéria estará em plenário. É o futuro da economia catarinense em pauta.
À cena
Lentamente o ex-governador Raimundo Colombo está reaparecendo no cenário político. O primeiro ato de volta foi a filiação do ex-prefeito da cidade de Navegantes, Roberto Carlos, ao PSD. Hoje Colombo é o coordenador nacional da Fundação Espaço Democrático do partido
Na foto
O ex-prefeito de Blumenau Napoleão Bernardes também participou do ato realizado pelo PSD, na noite de sexta-feira da semana passada na cidade deo Vale do Itajaí. O ato ganhou grande repercussão pelos váriso recados passados nas entrelinhas, como este da volta de Colombo à cena política e do futuro embarque de Napoleão no PSD.
Investigação
Em Criciúma uma guerra política tem chamado atenção. O fato ainda mais curioso é que se tratam de um conflito do prefeito Clésio Salvaro com a sua própria bancada na Câmara de Vereadores. O vereador Júlio Kaminski não só insiste em fazer vários questionamentos como tem denunciado o prefeito e sugerido que já existem razões para a sua cassação. O ambiente em Criciúma é tenso e curioso.
Viajou
Na sexta-feira da semana passada um cidadão comum protocolou um pedido de informações sobre o fato do vereador Júlio Kaminski ter viajado para o exterior, faltado a duas sessões do legislativo e não ter estes dias descontados. Esta é a bomba do início da semana em Criciúma.
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FRASE DO DIA
“Não há nenhuma informação clara por parte do secretário Paulo Eli ou da Comissão de Finanças sobre os procedimentos que serão adotados. Está muito nebuloso. Não dá para votar assim”
Marcello Alessandro Petrelli, coordenador de um movimento de defesa da economia catarinense.
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