Moises começa a reverter o impeachment
Os rumores decorrentes dos últimos movimentos provocados pelo governador Carlos Moisés, que briga para se manter no cargo ante um pedido de impeachment e de uma CPI em andamento, indicam o presidente Bolsonaro e o senador Jorginho Melo peças chaves a seu favor. Só nesta semana ele já movimentou as possibilidades políticas e jurídicas (no STJ). Em princípio o que tem dado expectativa é que o PSL nacional peça o apoio de Bolsonaro ao governador como moeda de troca ao apoio da sigla no Legislativo nacional. Bolsonaro arranca mais fácil o apoio ao governador através do senador Jorginho Melo do que seus próprios afilhados.
Se isso ocorrer Jorginho Melo pode viver o que viveu no final da década de 1990 quando como deputado estadual foi o voto decisivo evitando a condenação do então governador Paulo Afonso na CPI das Letras. Na época se dizia que Jorginho sabia “fazer conta”. Agora a matemática é bem mais complicada, pois não bastam apenas os votos do seu PL. Mas Moisés segue buscando outros apoios como do MDB.
Na prática Moisés foi à direção nacional do PSL, que óbvio não quer perder um governador. Como o partido é importante na base de apoio de Bolsonaro, ele estaria cobrando o apoio do presidente à manutenção do governador no cargo como condição.
Para Jorginho Melo, cujo objetivo é ganhar a eleição de governador em 2022, basta ter em troca o apoio de Bolsonaro e a garantia do PSL de que Moisés não será candidato à reeleição. As duas possibilidades são tão prováveis quanto viáveis.
Resta saber como votarão mesmo os quatro deputados do PSL considerados bolsonaristas e por isso se consideram adversários de Carlos Moisés.
Moisés começa a mostrar que apesar de todas as evidências do seu impeachment não será fácil tirá-lo da cadeira. Além disso é necessário lembrar que ele necessita de apenas 17 votos para reverter a situação na Assembleia Legislativa e que a cada voto que consegue triplicam suas chances de reverter outros. Afinal, ninguém quer votar contra o governador agora se vai depender dele por mais dois anos.