VERTICALIZAÇÃO DO ENXUGAMENTO
Não vai demorar os prefeitos das cidades brasileiras irão enfrentar reações populares organizados por núcleos que se envolveram na campanha eleitoral deste ano ou simplesmente acompanham mais de perto a prática prometida para o Palácio do Planalto. Não vai demorar e os prefeitos devem começar a receber movimentos articulados com lista de sugestões de como podem ser reduzidos quadros de políticos dependurados nos cabides. Se a prática do presidente eleito Jair Bolsonaro seguir a tese e a promessa do governador catarinense for mesmo possível e eficiente, haja espaço na agenda dos prefeitos para tantos pedidos. Em alguns casos estes apelos podem partir até mesmo de quem já está político, mas de olho na vantagem que a liderança de um movimento desta natureza significará para a eleição de 2020.
DEU MOISÉS...
Nos bastidores que rodeiam os gabinetes mais fortes da política catarinense a inquietação já começa a fazer eco além das quatro paredes. É o que se considera o fim da paciência em relação ao silêncio do futuro governo do Estado. Ao seu modo o futuro governador vem segurando movimentos, mas sabidamente não dará passo adiante sem habilidade política. Os próximos dias podem começar a revelar essa inquietação.
A CENA
Até agora a única ação que teria sido adotada pelo futuro governo na Assembleia Legislativa teria sido um “levantamento” com a pergunta de quais gabinetes “estão ou não estão com o governador”. Isso beira o absurdo na realidade política. Não é assim que funciona. A lealdade ao governo é construída e constata de forma muito diferente.
NA SAÚDE
Nesta sexta-feira o Secretário de Estado da Saúde, Acélio Casagrande esteve na região sul acompanhado do coordenador da Central de Transplantes, Joel Andrade. Definiram a política de transplante público para córneas em Criciúma e Araranguá e rins em Criciúma. Estas são amarras que se tornam irrevogáveis pelo novo governo. É um risco a menos.
MATERNO
O que aconteceu administrativamente, nesta sexta-feira, com a política de transplantes de córneas e rins, ocorre com o Hospital Materno Infantil Santa Catarina. Neste caso os convênios já foram assinados e os investimentos mensais do Estado superam a casa dos R$ 3,5 milhões, além de tudo o que é necessário para construir de fato um novo hospital na cidade. Possivelmente a cidade ainda não se deu conta do tamanho deste movimento que só aconteceu porque o governador e o secretário da pasta são de Criciúma.
MENOS MÉDICOS
Na região da Amrec são 18 médicos cubanos que retornam ao seu país, sendo que destes nove estão em Içara. Os Secretários de Saúde das cidades que fazem parte do programa devem reunir-se na semana que vem para discutir uma saída para o problema. Mesmo ante o problema a maioria dos secretários entende que a condição em que estes médicos viviam no país, não são, humanitariamente falando, justas.
NO CASE
O estado entrou na Justiça e obteve no Tribunal de Justiça decisão liminar para que o município de Criciúma faça a concessão do alvará e o Habite-se para liberação do funcionamento do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case). Mesmo assim, sem ter sido notificado, no final do expediente desta sexta-feira a e prefeitura que não foi notificada e por isso mantém a decisão de não concedê-lo.
MOTIVO
O prefeito Clésio Salvaro tem se mantido irredutível ao segurar autorização para o funcionamento do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), sob argumento de que o Estado não cumpriu com as contrapartidas prometidas à comunidade impactada.
ALÍ NÃO
O comandante regional da Polícia Militar, Cosme Manique Barreto foi informado pelo governo de Criciúma, com o aval do Poder Legislativo, de que não existe a menor chance da Polícia Militar se instalar no prédio do Centro Cultural Jorge Zanatta, como ele mesmo defendeu na sessão da Câmara de Vereadores de terça-feira.
LONGE DO FIM
A crise política em Treviso está longe do fim. Preferencialmente pelo rádio, mas também pelas redes sociais, bares, praça ou qualquer lugar segue o debate sobre os gastos da reforma na Câmara de Vereadores do município. Como à toda ação há uma reação, os disparos acontecem com ou sem argumentos fundamentados. É tiro para todo lado. Qualquer morador de outra cidade não imagina a capacidade de uma discussão como essa no ambiente da quase sempre tranquila Treviso. Oque começou como denúncia de superfaturamento de reforma já atingiu o nível do questionamento sobre a eficiência da pasta que o denunciante ocupa (Secretaria de Indústria e Comércio). Quer dizer, atira no denunciante para se defender. E isso é só o começo. A oposição assiste de camarote, afinal, a briga é dentro do PP, o partido do prefeito e do presidente da Câmara.
BICADAS O colega Marcelo Lula, de Chapecó, publicou nesta semana no portal SC em Pauta, que o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, já virou alvo preferido de setores internos do PSDB. É que ele defendeu a mudança no comando da sigla, já que o partido foi desastrosamente conduzido a ponto de resumir-se a uma sigla do tamanho das “nanicas”.
VAMO TIGRE A foto não é de assunto praxe aqui na coluna, mas a imagem no jogo da seleção brasileira nesta sexta-feira merece destaque. Razão de orgulho dos sulcatarinenses o Tigre “rompe fronteiras” – como diz o narrador Mário Lima – e provoca momentos de muita emoção.
POIS ENTÃO No ambiente político o assunto Criciúma Esporte Clube foi pauta nesta semana. Alguns setores parecem acordar para o que precisava ter sido visto muito antes, o risco de rebaixamento do clube que representa a cidade. Se o time cair para a Série “C” do campeonato brasileiro a cidade é quem sofre com isso. O apelo da marca é a maior que existe.
ISOLADO Não é de hoje que o Criciúma Esporte Clube vem sendo isolado por setores importantes da cidade. Desde que virou uma espécie de empresa o clube passou a ser visto de outra maneira pelas lideranças políticas e empresariais. Se antes tinha quase nenhum apoio, agora parece ter nenhum.
FRASE DO DIA
“Hoje na região temos 19 médicos que participam do programa mais médicos. O impacto do fim do programa é grande, mas é verdade que as exigências feitas pelo governo brasileiro são compreensíveis e necessárias. A irresponsabilidade e retaliação é do governo cubano”.
Diego Passarela, Secretário Municipal de Saúde e presidente do Conselho Regional de Saúde, ao comentar o fim do programa Mais Médicos.