ÂNGELA MELO PERDE O MANDATO
Pelos mesmos motivos que o ex-vereador e o agora deputado federal Daniel Freitas perdeu o mandato de vereador em Criciúma, Ângela Melo, que entrou no seu lugar, está perdendo o seu mandato. A decisão saiu ontem no Tribunal Regional Eleitoral e por unanimidade: infidelidade partidária. Eleita pelo PP, Ângela saiu do partido e foi para o MDB. Na petição considerada pelos juízes o PP pede que seja empossado o suplente Edison Luiz do Nascimento, Paiol. E assim foi decidido. A “lengalenga” jurídica, entretanto, deve manter Ângela no cargo possivelmente até o dia da eleição da nova Mesa Diretora, no dia 11 de dezembro.
PELA ORDEM
Ângela Melo era a primeira suplente da coligação PP e MDB com 1.814 votos, por isso assumiu em lugar de Daniel Freitas. Já Edison Luiz do Nascimento, Paiol (PP), fez 1.452 votos, menos que Vanderlei Zilli (MDB) com 1.689. Zilli deve questionar porque o TRE não considerou a ordem de suplência na coligação já que a proporcionalidade é definida pela soma de votos de todas as siglas. Isso pode render outro processo.
LENGALENGA
A sabida demora do processo eleitoral deve fazer com que a vereadora Ângela Melo ainda participe da até a última sessão ordinária do ano, quando é eleita a nova Mesa Diretora, no dia 11 de dezembro. Agora o TRE terá que publicar o acórdão e a defesa de Ângela apresentar embargados declaratórios. Só então a sentença é cumprida.
RENÚNCIA
Há de se considerar no caso do vereador Daniel Freitas que antes que ele e a Câmara de Vereadores fossem comunicados da decisão da “perda do mandato” imposta pelo TRE ele renunciou ao cargo. Na prática a decisão em nada mudou o trâmite.
A CARTADA
Quando o então vereador Daniel Freitas anunciou a troca de partido para disputar a eleição de deputado federal pelo PSL foi chamado por muitos de audacioso demais. Pois esta foi a grande decisão da vida do jovem político.
MOREIRA
O governador Eduardo Moreira guardou as malas, não vai mais passar o tempo que chegou a imaginar na Europa, ao término do mandato. Os planos podem ser outros. Ele volta a ter interesse na presidência do partido. A julgar pelo seu histórico na condução do partido seria a melhor alternativa, embora no núcleo mais central da sigla o grupo de outros líderes fortes tente evitar isso. Eleição só em maio do ano que vem.
NO MDB
A bancada de deputados estaduais do MDB discute no tradicional almoço das terças-feiras a eleição da presidência da Assembleia Legislativa. Em princípio a presidência é pleiteada pelos deputados Valdir Cobalchini e Mauro De Nadal. Aparentemente o primeiro está melhor cacifado. Por ser a maior bancada com nove deputados o partido ter melhores condições de atrair os votos do PSL, partido do governador, que tem seis deputados.
RECUO ESTRATÉGICO
O deputado Júlio Garcia (PSD) é uma espécie de franco atirador que estrategicamente estaria recuando para buscar a presidência nos últimos dois anos. Uma interpretação é que a primeira metade da próxima legislatura será um “voo cego”, dado o “fenômeno PSL” e o novo governo. De outro lado o recuo pode ser estratégia para ser tornar alternativa de unanimidade. Embora pouco provável este cenário não é descartado.
CÂMARA CONDENA EXPOSIÇÃO
Exposição na Casa da Cultura de Criciúma gera indignação e a Câmara de Vereadores deve aprovar hoje moção de repúdio à exposição de artes e deve ainda reivindicar que a área pública adote medidas mais rigorosas em relação à censura de idade neste tipo de exposição. A peça denominada “Gozo” expunha um pênis em ejaculação na cabeça de um meio corpo, peça do curso de licenciatura de artes visuais da Unesc. A peça ficou exposta em local aberto por alguns instantes e foi recolhida para uma sala de acesso restrito. Os vereadores devem avaliar ainda a possibilidade de fazer uma vistoria “pente fino” à biblioteca municipal, a fim de retirar material didático considerado inapropriado às crianças. Esta medida estaria atendendo denúncias recebidas pelos vereadores.
ALFINETADAS O vereador Zairo Casagrande (PSD) e o presidente da Câmara Municipal de Criciúma, Júlio Colombo (PSB) “trocaram farpas” sem citar um ao outro, ontem, na sessão do Legislativo.
ZAIRO DISSE O vereador Zairo Casagrande “rezou o terço” insinuando que “agora”, prestes a novos acordos para escolher uma nova Mesa Diretora da Câmara, sejam feitos acordos públicos e publicáveis. Ficou no ar a insinuação de que no passado não foi assim.
JÚLIO REBATEU Imediatamente após, o atual presidente Júlio Colombo foi à tribuna e retrucou sem citar seu antecessor na fala. Disse da economia feita em sua gestão e foi elevando o tom da fala até concluir dizendo que chega de discurso populista e finalizou: “porque esta turma (do populismo) já foi”.
ROTEIRO Sempre que ocupa a tribuna da Câmara o vereador Zairo Casagrande o faz com discursos bem elaborados, portanto, analisados em todos os detalhes. Normalmente rico na retórica, ele costuma provocar polêmica, mas deixa evidente que não faz isso por algum exagero momentâneo. Pelo contrário.
INTERNO Tanto na sua fala ontem, como em vezes anteriores, o presidente da Câmara de Vereadores deixou evidente que a reclamação dos colegas é que Zairo Casagrande (ele não citou o nome) leva à público questões que deveriam ser debatidas internamente.
DEZ MEDIDAS Venho insistindo na coluna com um tema que deve se espalhar por várias cidades catarinenses e que nasceu em Chapecó. Trata-se das 10 medidas para melhorar a gestão pública. A ideia foi levada ao prefeito de Chapecó que reagiu indignado. Tem um caráter de “ingerência” que desagrada politicamente. Imaginem isso em Criciúma.
PREVIDÊNCIA O CriciúmaPrev realiza amanhã o “Seminário de boas práticas na administração do regime próprio de previdência”. Será das 9h às 11h30min, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Criciúma e Região. Devem participar conselheiros e membros da comissão externa de acompanhamento do Instituto.
FRASE DO DIA
“Espero que agora, quando estamos de novo prestes a escolher uma nova Mesa Diretora, que sejam feitos acordos púbicos e publicáveis”.
Zairo Casagrande, vereador do PSD em discurso ontem na Câmara deixando no ar a interpretação de que “na outra vez” não tenha sido assim.