A TESE DO GOVERNO
Na sua primeira entrevista coletiva o governador Carlos Moisés da Silva apresentou, ontem, o que se pode caracterizar como proposta quase perfeita para a gestão pública. Daqui por diante tem o desafio de colocar em prática o que um grupo teorizou sobre a gestão. Nela estão medidas já anunciadas como a da extinção das ADRs à revisão dos incentivos fiscais praticados pelo Estado, passando por ajustes finos que criam uma espécie de Uber público para substituir parte da frota de carros do governo por um aplicativo que coloque veículos à disposição do servidor quando ele precisar.
PRIMEIRO ATO
“O último a sair apaga a luz”. É mais ou menos assim que vai ser feita a extinção das ADRs. Elas ficam abertas reduzindo ao mínimo de estrutura funcional e no tempo necessário para que sejam finalizados contratos a serem pagos com governos dos municípios e outros credores do Estado. Em Criciúma este fechamento começa imediatamente, mas pode ter gente na sala até março.
FIM DOS INCENTIVOS
Das medidas anunciadas pelo governador uma das mais impactantes na economia geral do Estado deve ser a da revisão de todos os tipos de incentivos fiscais oferecidos. Um conselho em entendimento com representantes dos setores vai revisar um a um dos programas. Moisés não quis antecipar quais segmentos serão os primeiros. Disse que há empresas que não pagam tributos há mais de duas décadas.
NÚMEROS
A coletiva do governador teve uma chuva de números, revelando a priorização da frieza da matemática na gestão. O orçamento deste ano terá um contingencionamento de R$ 2,5 bilhões para alcançar o pagamento de despesas obrigatórias – entre os quais as aposentadorias -, salários e sistema de previdência. A herança das contas a pagar do governo passado segue sendo calculada em R$ 700 milhões.
SEU BANQUINHO
Ainda repercute, especialmente no meio jornalístico, o descuido da Assembleia Legislativa com detalhes na solenidade de posse do novo governador, terça-feira. Entre outras, a caricata cena do “banquinho” para Eduardo Moreira. Ele recebeu uma cadeira bem mais baixa que a dos demais.
FOI ASSIM
Moreira chegou quando a coletiva do governador Carlos Moises da Silva e do presidente da Assembleia, deputado Silvio Dreveck, já havia começado. Alguém lhe empurrou uma cadeira e pediu para sentar onde melhor não estivesse.
NA AMREC
Hoje, às 17h, na prefeitura em Criciúma o prefeito Clésio Salvaro, futuro presidente da Associação dos Municípios da Região Carbonífera receberá os demais colegas para falar sobre ações conjuntas. O fechamento das ADRs deve devolver às associações de municípios maior força de barganha. No encontro deve ser anunciado oficialmente Acélio Casagrande como futuro secretário executivo da Amrec.
NA AMESC
Se na Amrec a posse de Clésio Salvaro em substituição a Helio Cesa Alemão ainda não tem data definida, na Associação dos Municípios da Região Extremo Sul Catarinense, Amesc, Arlindo Rocha, atual prefeito de Maracajá, assume dia 25 deste mês.
A ÚLTIMA DÍVIDA
Num ato que acontece às 15h, hoje, na prefeitura, o governo atual vai pagar a última conta do governo passado. São R$ 6,3 milhões para com o Hospital São José. O ajuste feito prevê pagamento a vista de R$ 5 milhões e permuta de um terreno no valor de R$ 1,3 milhões. Durante o dia ainda deve ser feito um ajuste para que o hospital preste serviços na ordem de R$ 400 mil para zerar a fila de procedimentos agendados.
O TERRENO O terreno que entra na negociação de pagamento da dívida da prefeitura de Criciúma com o Hospital São José é aquele adquirido para abrir uma rua por dentro do bairro Pio Correa, o que não aconteceu porque a população reagiu contrária.
FICOU BOM O negócio feito pelo governo com o terreno que hoje está sendo repassado ao Hospital São José transformou-se em mais uma manobra administrativa com vantagens para a prefeitura. Tanto é que no governo há quem entenda que aquela reação da população foi o que de melhor poderia ter acontecido para a prefeitura.
NA POSSE Chamou atenção na posse do novo governo em Santa Catarina a presença de toda a bancada do PSDB. Enquanto outros partidos ignoraram a solenidade, os tucanos chamaram atenção no ambiente.
FIOS O Parque dos Imigrantes que será inaugurado no próximo domingo registrou ontem o furto de vários metros de cabo de energia que estava pronto para ser ligado. O material é especial e teve que ser buscada reposição em Florianópolis.
COMANDO O professor Alceu de Oliveira Pinto Júnior nem bem saiu do cargo de Secretário de Estado da Segurança Pública e já vai assumir novo desafio. Será empossado secretário da mesma pasta, mas na prefeitura de Florianópolis.
CONFIRMOU A informação antecipada pela coluna, ontem, de que os ajustes à eleição da Cooperativa Aliança de Içara tornam a chapa de situação cada vez mais forte, com indícios de que pode estar sendo iniciado um processo que culmine com a eleição municipal de Içara, se confirmou em novos atos ontem.
OPOSIÇÃO Apesar de perder muita força, com a articulação da chapa de situação, a chapa de oposição do candidato Josimar da Silva e Rogério José Cardoso, de vice, segue com reuniões para enfrentar a disputa.
FRASE DO DIA
“Hoje o governo não tem controle nem sobres os seus bens imóveis, muito menos sobre outros bens e este controle tem que ser feito logo. Há casos em que o Estado paga aluguel, enquanto faz a cessão de imóveis sem nenhum custo”.
Carlos Moisés da Silva, governador de Santa Catarina, ontem, durante entrevista coletiva, exemplificando o que considera de ausência de controle do Estado sobre os seus bens.