Aproximação da Coreia do Norte e da Rússia marca "diplomacia" de Trump
Depois de marcar seu primeiro ano de mandato na Casa Branca com uma agenda doméstica baseada na aprovação da reforma fiscal pelo Congresso e no cancelamento do plano de saúde de Obama, o presidente Trump marca seu segundo ano pelo início de uma diplomacia de encontros entre rivais. Primeiro, Kim Jong Un. Depois, Putin.
A aproximação de Trump da Coreia do Norte, a partir do encontro que aconteceu em Cingapura, marca o esforço do presidente dos Estados Unidos em estabelecer sua própria linha diplomática. Definida como império do mal desde o mandato do republicano George Bush, a Coreia do Norte tem recebido uma série de sanções da ONU patrocinadas pelo poderio hegemônico dos Estados Unidos. Nem Obama nem Bush conseguiram se aproximar do regime condenado pelo mundo. Trump quebrou o paradigma. Mas o encontro serviu aos dois líderes, Kim Jong Un busca melhorar sua imagem se aproximando do Ocidente, representado pelos EUA de Donald Trump. Por sua vez, para Trump, quanto melhor se sair no cenário internacional mais se projeta para garantir a vitória dos republicanos em novembro.
Quanto ao encontro com Putin, este também bastante criticado pela oposição, sempre houve desde a campanha nas primárias uma afirmação de simpatia pelo autoritarismo russo. O movimento de aproximação só não vai mais adiante devido a diferenças históricas entre os dois países, estabelecidas desde a Guerra Fria e à investigação sobre o envolvimento russo na eleição de Trump.
O problema central dos dois encontros parece residir no fato de que não é somente o presidente que controla os rumos da política externa dos EUA. Ao chegar em Washington, a realidade é sempre diferente e a diplomacia dos encontros fica pelos próprios encontros e nada mais.