Biden sofre pressão partidária para escolha de vice da chapa
O candidato presidencial democrata norte-americano Joe Biden está sofrendo pressões de grupos divergentes dentro do partido no momento em que se prepara para entrevistar as finalistas de uma lista de mulheres para um passo muito importante de sua campanha à Casa Branca: escolher sua vice de chapa.
Biden, que se comprometeu a escolher uma mulher para o posto que ocupou durante oito anos sob o comando do presidente Obama, disse nesta semana que espera que o processo de verificação de antecedentes esteja concluído perto do dia 24 de julho. Depois desta data, ele entrevistará cada finalista para tomar uma decisão, esperada para o início de agosto.
A escolha da candidata a vice-presidente adquiriu uma importância desproporcional neste ano, refletindo o desespero para derrotar o presidente republicano Donald Trump que existe entre os democratas, que tentam descobrir qual nome dará a Biden maior peso na eleição de 3 de novembro.
Biden lidera em pesquisas de opinião nacionais e nos estados decisivos: há eleitores que estão culpando Trump pela maneira como lida com a pandemia de coronavírus, pela recessão econômica subsequente e pelas relações raciais, questão levantada durante os dias seguintes à morte do norte-americano George Floyd .
Aumenta a pressão na escolha de Biden o fato de que ele estará com 78 anos na posse de janeiro, o que faria dele o presidente norte-americano mais velho da história e coloca sua vice como concorrente precoce à corrida de 2024 caso ele só cumpra um mandato.
Entre as mulheres mais cogitadas estão as senadoras Kamala Harris, Elizabeth Warren e Tammy Duckworth; as deputadas Val Demings e Karen Bass; a ex-conselheira de Segurança Nacional Susan Rice; a governadora do Novo México, Michelle Lujan Grisham, e a prefeita de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, de acordo com entrevistas com autoridades democratas.
Kamala Harris, que sempre ocupou uma posição de destaque dentro do partido como favorita, se consolidou ainda mais desde que desistiu da corrida presidencial, especialmente entre os grandes doadores, que influenciam Biden e tendem a ser mais de centro.
A maior dúvida que Biden encara é se deveria escolher uma mulher negra na esteira dos protestos nacionais contra a injustiça racial desencadeados pela morte do afro-norte-americano George Floyd, causada por um policial branco de Mineápolis – há cinco delas na lista final.