CRICIÚMA, LEMBRANÇAS QUE NÃO ARDEM, ANIMAM

Quem viveu naqueles tempos, deve se lembrar, com boas recordações. Nos anos 70/80 e 90, tendo como referência os anos de 1980/1981 quando das comemorações do Centenário, o município de Criciúma pontuou desenvolvimento econômico e cultural sem par na sua história até os dias atuais. Uma breve releitura daqueles tempos, evidencia.

Foram prefeitos e vices naqueles tempos: Algemiro Manique Barreto/Fidélis Back (01/02/73 a 31/01/77), Altair Guidi/Mário Sônego (31/01/77 a 31/01/83), José Augusto Hulse/Roseval José Alves (31/01/83 a 31/12/88), Altair Guidi/Ademir Uggioni (01/01/89 a 31/12/92), Eduardo Pinho Moreira/Anderlei Antenelli (01/01/93 a 31/12/96). As datas das eleições, posses e duração dos mandatos, são capítulos a parte.

Nas comemorações do Centenário, a composição da Câmara Municipal de Criciúma, era composta por Acácio Alfredo Wilain, Ageci Mendes Xavier, Antônio José Guglielmi, Claudemir Crispim, Edis Freitas, Eno Steiner, Flávio Ronchi, Germano Agostinho Becker, Jorge Uliano Filho, Lírio Rosso, Miguel Medeiros Esmeraldino, Milton Mendes de Oliveira, Raul de Lucca, Raul Pessi e Woimer Loch, composição com 15 eleitos e mais os suplentes Aguinaldo Nunes, Cyro Bacha e Valdenir Zanette.

Mais do que folclore, os setores econômicos eram capitaneados por 6 sobrenomes: Gaidzinski, Freitas, Zanatta, Cechinel, Angeloni e Guglielmi, no comércio varejista, indústria cerâmica de revestimento, plásticos e descartáveis, produtos alimentícios e comunicação. Evidentemente que outros mais também contribuíam, entretanto, de relance, estes eram a primeira lembrança e citação.

Foram tempos com muita preocupação voltada para a infraestrutura rodoviária e aeroviária com a construção da Avenida Axial (depois rebatizada Avenida Centenário), Avenida Jorge Elias de Luca, Rodovia Jorge Lacerda, Rodovia Gabriel Arns, Avenida Universitária, Aeroporto Diomício Freitas.

Para conservação da história, animação cultural e atração para o turismo, obras e recuperação patrimonial foram repaginados, ou, reconstruídos. O Museu Augusto Casagrande no bairro Comerciário foi entregue em 09 de janeiro de 1980. Em 1984, foi adquirida da FUCRI, construção histórica na Praça Nereu Ramos e transformada em Casa da Cultura. No bairro Próspera, local foi recuperado na infraestrutura e história recontada com a preservação da denominada Praça da Chaminé, em 1984. No início dos anos 80, a comunidade do bairro Michel contribuiu em muito com a edificação da Igreja São Paulo Apóstolo, com seu layout e vitrais diferenciados. Nas margens da BR 101, foi construído o Centro de Eventos Maximiliano Gaidzinski, hoje Shopping Pórtico Comercial. O Criciúma Esporte Clube em 78 retomou caminhos profissionais e nos anos 80, disputou com o Joinville a hegemonia estadual no futebol.

Do minerador Pedro Milanez foi adquirida no bairro Mina Brasil, área minerada que possibilitaria em 04 de dezembro de 1984 entregar para visitação pública a Mina Modelo Caetano Sonego, hoje transformada em Praça Esportiva e de Lazer para usufruto da comunidade.

No início dos anos 90, Criciúma recebeu obra referência em Santa Catarina, o sistema integrado de transportes.

Agora, é absolutamente justificada o rufar dos tambores para comunicar a reinauguração do Paço Municipal Marcos Rovaris, equipamento principal inaugurado em 1980/81, componente do Parque Centenário, após dois incêndios, criminosos na intenção ou no relaxamento.

O Paço Municipal Marcos Rovaris foi inaugurado no período de 04 a 10 de Outubro de 1980, com a realização da EXPO 100. Foi ocupado oficialmente para atendimento ao público em 20 de Agosto de 1981.

Junto com o Paço Municipal são partes integrantes do Parque Centenário, o Memorial Dino Gorini (Presidente da EXPO 100 e dos festejos do Centenário) inaugurado em 06 de Janeiro de 1981, Centro Esportivo Olavo Sartori (Ginásio de Esportes Professor Valmir Orsi), Centro Cultural Santos Guglielmi inaugurado em 30 de Janeiro de 1983, composto pelo Teatro Municipal Elias Angeloni, Galeria de Artes Octávia Gaidzinski, Biblioteca Pública Municipal Donatila Borba, Arquivo Histórico Pedro Milanez e Teatro de Arena (esse equipamento não edificado).

As festividades do Centenário de Criciúma ocorridos em 1980/1981, são até os tempos atuais, a maior e mais longa comemoração já realizada por estas paragens. Suzana Meller, dentre as candidatas a Rainha do Centenário, foi escolhida entre participantes das 5 etnias: Italiana, Alemã, Portuguesa, Polonesa e Negra. O primeiro show ao ar livre em que o astro cantor Roberto Carlos admitiu participar, foi realizado no Estádio Heriberto Hulse. Em 1980, Criciúma organizou e promoveu o “Carnaval Cem Sacional”. Assim mesmo denominado. E foi sensacional.

No data da Independência em 7 de Setembro, pracinhas que estiveram na segunda guerra mundial, abrilhantaram a lembrança cívica nacional. O sotaque e acordes nordestinos foi obra do cantor Luiz Gonzada, o Rei do Baião. Emocionou aos milhares, apresentação do Coral Infantil composto por 1000 vozes. Nada mais raiz e orgulhosamente nosso, do que foi ver e ouvir a Associação Coral de Criciúma com o maestro Valdenir Zé do Mato Zanette, a Bando Cruzeiro do Sul, o Show da Viola do Antônio Rosa, a Turma da Seresta do Nilo Dalbó.

O que cito foi parte da programação. Os que tiveram o privilégio de participar daquelas comemorações, terão agora oportunidade de novas emoções proporcionadas pela reconstrução e entrega do Paço Municipal Marcos Rovaris. Dos obreiros aos que representam e lideram, todos são justamente e merecidamente reconhecidos. Sem pretensões ocultas, cito em especial o prefeito contemporâneo Clésio Salvaro – gestor com afins, Engenheiro Édio Del Castanhel – construtor e reconstrutor, e, Altair Guidi – mentor e sempre empreendedor. E a este, Altair Guidi, proponho uma homenagem e lembrança antecipada, já que em 14 de Janeiro próximo, estará comemorando com todos nós, os seus 81 Anos de plena existência

Reportagem: Willi Backes